Esta semana almocei com um amigo com quem compartilho algumas paixões em comum, entre elas a aviação e a editorial. Como editor da revista “Flap”, Carlos Spagat, está constantemente cercado de figuras carimbadas de nosso meio e neste dia em especial não foi diferente, conheci lá algumas pessoas que trabalham com seguros com os quais derivamos para um assunto de interesse geral: a tal “mão de obra”. Como não poderia deixar de ser, concluímos que as reclamações são gerais e comuns nos mais variados setores, comprovando as diversas matérias que tratam da crise de “mão de obra” pela qual passa o Brasil. Por ser a ProScience uma empresa especializada em aprimoramento profissional, tenho tratado desse assunto com muita freqüência, mas o que mais me causa estranheza é a passionalidade que as empresas, as maiores prejudicadas, demonstram diante desta realidade.
É natural do brasileiro reclamar da sujeira das ruas e das enchentes enquanto joga o seu próprio lixo pela janela. Também é muito comum se escutar por aqui que o problema do Brasil é a falta de educação, mas se continua gastando mais com a cerveja do que com os livros. No caso das empresas, por serem sediadas aqui e administradas por legítimos brasileiros, não poderia deixar de ser diferente, reclamam da falta de “mão de Obra” especializada, mas não investem um centavo em capacitação. Na maior parte delas, principalmente nas pequenas e médias, o gasto com o cafezinho ainda supera o investimento em treinamento. Todos querem contratar o profissional de perfil ideal para economizar no treinamento e na formação, mas em fase de expansão de mercado esta fonte costuma secar. Neste caso o aumento de custos com salários é inevitável, vem como solução corretiva de uma falta de ações preventivas, que seria o investimento em capacitação.
O fato é que saí do almoço com meu amigo Carlos Spagat com a agradável sensação de que estamos na hora certa e no lugar certo, iniciando o segundo ciclo do SkyScience a sombra do sucesso do primeiro, em um momento de franca retomada de expansão do mercado brasileiro.